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=== Início: de ditadura a ditadura === | === Início: de ditadura a ditadura === | ||
Em 1944, por iniciativa de Adolfo Lemes Gilioli, então estudante de engenharia química, O Politécnico foi criado e registrado no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão do Estado Novo de Getúlio Vargas. Na primeira edição, de novembro daquele ano, é detalhado como o DIP designou O Politécnico como um boletim, o que impedia que anúncios custeassem as despesas da publicação. Apesar da insistência do jornal e, posteriormente, do Grêmio, a decisão de conservar a classificação de boletim partiu do Major Dutra (Almicar Dutra de Meneses), então diretor-geral do DIP. | Em 1944, por iniciativa de Adolfo Lemes Gilioli, então estudante de engenharia química, O Politécnico foi criado e registrado no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão do Estado Novo de Getúlio Vargas. Na primeira edição, de novembro daquele ano, é detalhado como o DIP designou O Politécnico como um boletim, o que impedia que anúncios custeassem as despesas da publicação. Apesar da insistência do jornal e, posteriormente, do Grêmio, a decisão de conservar a classificação de boletim partiu do Major Dutra (Almicar Dutra de Meneses), então diretor-geral do DIP. | ||
[[Arquivo:Capa da 1ª Edição d’O Politécnico.png|nenhum|miniaturadaimagem|335x335px|Capa da 1ª Edição d’O Politécnico]] | |||
As razões para tal designação partem da relação que os alunos da Poli tinham com o Estado Novo. Já acontecia uma campanha do Grêmio contra a ditadura varguista e o jornal serviu para endossar essa atuação. A pressão realizada se manteve n’O Politécnico, que em abril de 1945, defendeu a anistia aos presos políticos do regime. | As razões para tal designação partem da relação que os alunos da Poli tinham com o Estado Novo. Já acontecia uma campanha do Grêmio contra a ditadura varguista e o jornal serviu para endossar essa atuação. A pressão realizada se manteve n’O Politécnico, que em abril de 1945, defendeu a anistia aos presos políticos do regime. | ||
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=== Fase do Poli Campus: 1964-1981 === | === Fase do Poli Campus: 1964-1981 === | ||
A partir de 1964, houve o início da ditadura militar no Brasil e, com isso, diversas dificuldades impostas ao Grêmio refletiram no jornal, como a mudança do local do Grêmio do Bom Retiro para a Cidade Universitária. Apesar de existirem publicações d’O Politécnico sob esse nome ainda em junho, já em abril de 1964 o jornal Poli Campus (também grafado como “Poli-Campus”) se mostrava como novo veículo oficial do Grêmio Politécnico. Essa mudança se acentua nos anos seguintes e durante toda a década de 70 o jornal se mostra com o nome “Poli Campus”. | A partir de 1964, houve o início da ditadura militar no Brasil e, com isso, diversas dificuldades impostas ao Grêmio refletiram no jornal, como a mudança do local do Grêmio do Bom Retiro para a Cidade Universitária. Apesar de existirem publicações d’O Politécnico sob esse nome ainda em junho, já em abril de 1964 o jornal Poli Campus (também grafado como “Poli-Campus”) se mostrava como novo veículo oficial do Grêmio Politécnico. Essa mudança se acentua nos anos seguintes e durante toda a década de 70 o jornal se mostra com o nome “Poli Campus”. | ||
[[Arquivo:Capa do “Poli Campus” em abril de 1973, feita por Guido Stolfi e carimbada pelo DOPS..png|nenhum|miniaturadaimagem|282x282px|Capa do “Poli Campus” em abril de 1973, feita por Guido Stolfi e carimbada pelo DOPS.]] | |||
Durante essa fase, o jornal constantemente se posicionou contra o regime militar. Esses posicionamentos são marcados, inclusive por capas que, se manifestando contra a censura ou referenciando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram carimbadas pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), representando, então, o segundo embate entre o jornal e um órgão de censura estatal. | Durante essa fase, o jornal constantemente se posicionou contra o regime militar. Esses posicionamentos são marcados, inclusive por capas que, se manifestando contra a censura ou referenciando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram carimbadas pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), representando, então, o segundo embate entre o jornal e um órgão de censura estatal. | ||
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=== '''Politreco: anos 80 e 90''' === | === '''Politreco: anos 80 e 90''' === | ||
Em abril de 1982, surge o Politreco como um boletim semanal da Poli, também sendo oficial do Grêmio Politécnico. Nesse período, ocorriam publicações de todo o tipo no jornal, com a participação dos estudantes e de outras entidades estudantis da Poli, que enviavam alguns avisos, posicionamentos e mais informações através do Politreco. | Em abril de 1982, surge o Politreco como um boletim semanal da Poli, também sendo oficial do Grêmio Politécnico. Nesse período, ocorriam publicações de todo o tipo no jornal, com a participação dos estudantes e de outras entidades estudantis da Poli, que enviavam alguns avisos, posicionamentos e mais informações através do Politreco. | ||
[[Arquivo:Logo clássico do Politreco em suas primeiras edições.png|nenhum|miniaturadaimagem|325x325px|Logo clássico do Politreco em suas primeiras edições]] | |||
Trata-se de uma fase extremamente bem documentada pois, há anos, a grande maioria das mais de 250 edições feitas entre 1982 e 1995 já estão digitalizadas. É uma fase de comunicação entre os alunos através do jornal, esclarecimentos das gestões do Grêmio Politécnico e os mais variados tipos de texto aparecendo. Observa-se, nesse período, muitos textos de teor cômico, tirinhas e piadas entre as publicações. | Trata-se de uma fase extremamente bem documentada pois, há anos, a grande maioria das mais de 250 edições feitas entre 1982 e 1995 já estão digitalizadas. É uma fase de comunicação entre os alunos através do jornal, esclarecimentos das gestões do Grêmio Politécnico e os mais variados tipos de texto aparecendo. Observa-se, nesse período, muitos textos de teor cômico, tirinhas e piadas entre as publicações. | ||
Além desses textos, também havia uma preocupação com a política no país. Nas eleições de 1989, uma coluna “Acorda, Brasil” foi adicionada, em que trazia informações acerca de posicionamentos de políticos dentro da constituinte e de votos na câmara. Também foi realizada, junto à eleição da diretoria do Grêmio, uma pesquisa da intenção de votos dos politécnicos, que indicava a vitória de Mario Covas com mais de 55%. | Além desses textos, também havia uma preocupação com a política no país. Nas eleições de 1989, uma coluna “Acorda, Brasil” foi adicionada, em que trazia informações acerca de posicionamentos de políticos dentro da constituinte e de votos na câmara. Também foi realizada, junto à eleição da diretoria do Grêmio, uma pesquisa da intenção de votos dos politécnicos, que indicava a vitória de Mario Covas com mais de 55%. | ||
[[Arquivo:Logo usada por anos no Politreco, representando a Minerva.png|nenhum|miniaturadaimagem|182x182px|Logo usada por anos no Politreco, representando a Minerva]] | |||
Há, principalmente, diversas mudanças de formatos e também na periodicidade da publicação que, sendo quinzenal a princípio, passa a se tornar menos frequente a partir do fim da década de 80. O Politreco segue como a publicação oficial do Grêmio até o ano de 1999, quando já outras iniciativas de divulgação interna circulavam, como a revista “Metrópoli”. | Há, principalmente, diversas mudanças de formatos e também na periodicidade da publicação que, sendo quinzenal a princípio, passa a se tornar menos frequente a partir do fim da década de 80. O Politreco segue como a publicação oficial do Grêmio até o ano de 1999, quando já outras iniciativas de divulgação interna circulavam, como a revista “Metrópoli”. | ||
=== O retorno do nome original === | === O retorno do nome original === | ||
[[Arquivo:Capa da 2ª edição após a mudança de nome.png|nenhum|miniaturadaimagem|Capa da 2ª edição após a mudança de nome]] | |||
Em 1999, o jornal como veículo oficial do Grêmio Politécnico volta a se chamar “O Politécnico”. Nessa fase, porém, ao invés de criar uma disruptura com o periódico antigo, como houve nas demais fases, há a inclusão do Politreco como uma sessão do jornal, focada em textos humorísticos, sátiras etc. Em edições iniciais, isso é visto inclusive com O Politreco possuindo uma equipe distinta da que compunha O Politécnico. Essa tendência se mantém até os dias de hoje, com “Politreco” existindo como uma coluna no jornal. | Em 1999, o jornal como veículo oficial do Grêmio Politécnico volta a se chamar “O Politécnico”. Nessa fase, porém, ao invés de criar uma disruptura com o periódico antigo, como houve nas demais fases, há a inclusão do Politreco como uma sessão do jornal, focada em textos humorísticos, sátiras etc. Em edições iniciais, isso é visto inclusive com O Politreco possuindo uma equipe distinta da que compunha O Politécnico. Essa tendência se mantém até os dias de hoje, com “Politreco” existindo como uma coluna no jornal. | ||
[[Arquivo:Atual capa do jornal.png|nenhum|miniaturadaimagem|Atual capa do jornal]] | |||
Nessa nova fase, o jornal sofreu uma grande mudança na diagramação se comparado às últimas edições do Politreco, inclusive mudando o formato e criando versões coloridas. Em 2009, o jornal foi remodelado de forma a adquirir a atual identidade visual, que sofreu poucas alterações desde então. Nesse período, se apresentou majoritariamente com publicações de frequência bimestral, contando com um diretor do Grêmio responsável e uma equipe editorial de alunos interessados. Também nesses anos criou-se o costume de lançar as edições d’O Politécnico num evento chamado “cafezada”, com distribuição de jornais, bolachas e café no espaço do Grêmio. | Nessa nova fase, o jornal sofreu uma grande mudança na diagramação se comparado às últimas edições do Politreco, inclusive mudando o formato e criando versões coloridas. Em 2009, o jornal foi remodelado de forma a adquirir a atual identidade visual, que sofreu poucas alterações desde então. Nesse período, se apresentou majoritariamente com publicações de frequência bimestral, contando com um diretor do Grêmio responsável e uma equipe editorial de alunos interessados. Também nesses anos criou-se o costume de lançar as edições d’O Politécnico num evento chamado “cafezada”, com distribuição de jornais, bolachas e café no espaço do Grêmio. | ||
[[Arquivo:Cafezada em 2018.png|nenhum|miniaturadaimagem|Cafezada em 2018]] | |||
== O Politécnico, Poli Campus e Politreco são a mesma coisa? == | == O Politécnico, Poli Campus e Politreco são a mesma coisa? == | ||
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=== Logística das publicações === | === Logística das publicações === | ||
Durante boa parte da década de 2010, as publicações foram feitas bimestralmente, com edições impressas e, posteriormente, disponibilizadas em arquivos para leitura online. As edições possuíam uma data final para entrega dos textos e, após isso, eram diagramadas, impressas e distribuídas gratuitamente na Poli. Houve uma mudança em 2019, quando foi criada uma página no Facebook para O Politécnico, porém não houve edições impressas ou online. Embora não tenha ocorrido o jornal nesse ano, a criação de uma página foi importante em 2020 quando, durante a pandemia de COVID-19, foi necessário adaptar O Politécnico para publicações online, um processo que durou poucas semanas. | Durante boa parte da década de 2010, as publicações foram feitas bimestralmente, com edições impressas e, posteriormente, disponibilizadas em arquivos para leitura online. As edições possuíam uma data final para entrega dos textos e, após isso, eram diagramadas, impressas e distribuídas gratuitamente na Poli. Houve uma mudança em 2019, quando foi criada uma página no Facebook para O Politécnico, porém não houve edições impressas ou online. Embora não tenha ocorrido o jornal nesse ano, a criação de uma página foi importante em 2020 quando, durante a pandemia de COVID-19, foi necessário adaptar O Politécnico para publicações online, um processo que durou poucas semanas. | ||
[[Arquivo:Visual do Instagram do jornal.png|nenhum|miniaturadaimagem|Visual do Instagram do jornal]] | |||
Diante dessa mudança, também foi criado um site para que as publicações ficassem mais bem armazenadas. A decisão foi de, de tempos em tempos, diagramar os textos publicados online no formato da edição física para que a produção não se perdesse. Em 2021, também foi criado um Instagram para O Politécnico, que permitiu que as publicações tivessem maior alcance e consagrou a versão online d’O Politécnico. | Diante dessa mudança, também foi criado um site para que as publicações ficassem mais bem armazenadas. A decisão foi de, de tempos em tempos, diagramar os textos publicados online no formato da edição física para que a produção não se perdesse. Em 2021, também foi criado um Instagram para O Politécnico, que permitiu que as publicações tivessem maior alcance e consagrou a versão online d’O Politécnico. | ||
Notas | = Notas = | ||
# A questão da contagem de anos n’O Politécnico é complexa. Considerando o ano de 1944 (fundação d’O Politécnico) como ano 1 (I), conforme fez o fundador, existirão diversas inconsistências na contagem ao longo dos anos. Em uma capa de 1946, o que deveria ser o ano 3 (III), é indicado ano 2 (II), um erro que permanece, pelo menos, até 1948. | # A questão da contagem de anos n’O Politécnico é complexa. Considerando o ano de 1944 (fundação d’O Politécnico) como ano 1 (I), conforme fez o fundador, existirão diversas inconsistências na contagem ao longo dos anos. Em uma capa de 1946, o que deveria ser o ano 3 (III), é indicado ano 2 (II), um erro que permanece, pelo menos, até 1948. | ||
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